terça-feira, 31 de julho de 2012

Os planos de Deus não se frustram jamais...História de vida de Mariene Calixto Queiroga

Conta minha mãe que:
Ela nasceu  muito "mirradinha", fraquinha, franzina...Uma caçula de cinco filhos ainda pequenos, foi rejeitada pela mãe, sem leite e sem atenção...
E para ajudar com alergia ao leite de vaca e de cabra...
Estava morrendo, só vomitava, não mamava e a atenção recebida era somente a do meu avô Olívio Calixto Queiroga.
Na verdade minha avó Benedita Menegocci Queiroga estava em Depressão Pós-parto, e não havia a consciência desse fato nos idos anos de 1938, desta forma ela se encontrava sem tratamento e nenhuma compreensão...
Minha mãe era cuidada por meu avô e por seus irmãos Elza, Olívia, Dulcisa e Leonel, e o pai coruja, amoroso se desdobrava nos cuidados paternos.
Pai exemplar, compreensivo, calmo, a serenidade era sua maior qualidade. Ele sempre foi o "paizão", o "pilar" daquele lar...ensinou a todos como amar...
Meu avô Olívio em completa aflição, dobrou o seu joelho e elevou o seu coração com lágrimas nos olhos a Deus, e pediu a orientação...
Saiu desesperado carregando a sentença de morte de sua filhinha caçula e em oração pelo caminho implorava a Deus pela vida da menina...
Implorando vida, e um caminho como saída...
Quando deu por si, estava dentro do Bar e Mercearia do "seu Nêgo", localizado na antiga rua do Comércio na avenida principal de Votorantim, estranhando sua própria atitude, questionou com Deus o que estava fazendo ele dentro daquele lugar, quando em seu coração sentiu a presença de Deus lhe orientando para observar todos os produtos daquela "Venda".

Dizia consigo: O que eu estou fazendo neste lugar, meu Deus do céu???
É mais um Bar, do que uma Venda e eu nem bebo nada de álcool??? Tem poucos alimentos aqui, o que eu estou fazendo aqui, meu Deus???

Nesse momento o dono do Bar, perguntou para o meu avô, o que ele estava precisando...

Meu avô, olhando ao seu redor, meio atordoado respondeu:
Eu preciso desesperadamente de leite para minha filhinha que está morrendo, não aceita leite algum, só vomita, e o médico já desenganou, se ela ficar sem mamar mais um dia, ela morrerá...
Não sei oque fazer...Já entreguei minha filhinha nas mãos de Deus, aquele que tudo pode.

O comerciante falou engasgado:
Bem, chegou esta semana uma novidade em leite, e até comprei poucas latas para ver se vai vender, ai eu compro mais, se tiver boa venda...

Meu avô comprou uma lata para experimentar e deixou encomendado o restante daquele lote de Leite, pela fé, esperando em Deus que minha mãe a pequena Mariene, ainda bebezinha aceitasse o leite de lata, a novidade da Nestle, o Leite Condensado MOÇA, que já era comercializado desde 1866, fora do Brasil, sendo novidade em nosso país desde 1922, recebendo premio de melhor produto no Rio de Janeiro, novidade no município de Votorantim no ano de 1937.
Esperançoso e em passos largos, sorriso nos lábios e fé no coração meu avô quase corria em direção a sua casa, com o seu achado em mãos.
Já na casa seguia a orientação da embalagem no preparo do tal leite, e diluindo bem o leite condensado a princípio, pegou um conta- gotas e começou a gotejar na boquinha já desidratada do Bebê, que ameaçava vomitar  assim que o leite caia no estômago.
Meu avô apreensivo já levantando a nenê ficou com os olhos "pregados" em cada movimento da pequena Mariene; esperou alguns minutos e repetiu o gesto, gotejando e esperando, gotejando e esperando, com paciência e amor...
Observando e acariciando...e assim foi quase um quarto da xícara, desta forma foi repetindo até que a criança aceitasse completamente o leite...
Que benção a menina aceitou o leite. "vingou", aceitou, se revigorou, se fortaleceu...
E assim Mariene, minha mãe cresceu, sustentada com o Leite Condensado MOÇA da Nestle, engordou, superou toda aquela difícil e crítica situação de sua primeira infância...
Hoje ela testemunha com ternura e gratidão a Deus, que foi com ela desde o ventre de sua mãe, e por toda sua vida...
Hoje minha mãe está com 74 anos de vida, muito bem casada desde 1959 com meu pai Nelson Lauriano, tiveram cinco filhos, tem 16 netos e 12 bisnetos por enquanto...
Agradece a Deus e aos pais que embora com dificuldades, não desistiram dela, investiram em seus cuidados paternos,  a vida  e o amor venceram todas barreiras, que a vida impôs...
Nosso Deus é maior do que qualquer problema, que possa existir, para tudo o Nosso Criador e Sustentador dá a saída, a solução, basta crer, orar e esperar pela divina ação...
Creia! Creia! O Senhor é presente em tua vida desde a sua formação...
Minha mamãe Mariene, louva ao Nosso Deus por cada dia de vida, por cada dificuldade vencida, pois não são por nossas forças, mas pela força que vem do alto, vem de Deus o auxílio, a orientação, a guia, a força, a coragem, tudo o que precisamos o Senhor nos proverá na hora exata, nem antes , nem depois, mas no momento exato...
Tudo para honra e glória do seu nome, ontem, hoje e sempre, assim será...

Elisabete Lauriano
Julho/12

Um comentário:

  1. Bela história. Interessante, não sabia desses fatos, sou neta da falecida Olívia, e ela sempre me contava sobre a infância. Tenho um grande carinho pelo bisavô Olívio, pois ela sempre me dizia o quanto ele era um bom homem. Tenho alguns livros, e uma bíblia que pertenceram a ele. Ao que minha avó me disse, ele era um homem muito ligado a fé, era espírita e médium. Certamente um grande homem a se admirar.
    Abraços!

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